Menos poluição. Essa é a proposta do projeto de extensão Eco Octano, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), num cenário em que 7 milhões de pessoas morrem todos os anos por causa da contaminação do ar em ambientes externos e fechados, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse sentido, o lançamento do primeiro veículo movido a energia elétrica da equipe Eco Octano mostrou possibilidades de aliar tecnologia e sustentabilidade. O evento ocorreu nessa quinta-feira (27) no Grande Auditório do Setor de Educação Profissional e Tecnológica (SEPT) e reuniu professores, alunos, familiares e patrocinadores do projeto.
Sem emissão de poluentes, a expectativa é de que o protótipo alcance 150 quilômetros por quilowatt-hora. O modelo veicular experimental foi desenvolvido para a competição Shell Eco-Marathon, que reunirá jovens universitários de todo o país que projetam, constroem e pilotam veículos eficientes em termos de energia. Neste ano o evento será no Rio de Janeiro, de 8 a 11 de outubro.
Pela primeira vez, a equipe Eco Octano apresenta dois protótipos: o elétrico e o tradicional veículo a gasolina. A expectativa é dobrar a marca alcançada no ano passado com o carro movido a combustão, que percorreu 104,5 quilômetros por litro na Shell Eco-Marathon. O peso da estrutura do protótipo foi reduzido de 15 para 6,7 quilos, deixando-o mais leve e resistente; o design foi melhorado para tornar o carro aerodinâmico, com geometria que ajuda na passagem do ar; e um controlador para o motor foi integrado ao modelo.
O professor do curso de Engenharia Mecânica da UFPR e coordenador do projeto Eco Octano, Christian Strobel, apontou que mesmo a bateria tendo componentes químicos, o nível de poluição de um carro elétrico é extremamento baixo. “E já que o veículo movido a combustão se mantém, a proposta é que queime menos combustível, poluindo menos e percorrendo a mesma distância”.
Os protótipos foram projetados por 30 estudantes da UFPR dos cursos de engenharias Mecânica, Elétrica, de Produção, Química e Ambiental, em diferentes áreas técnicas, como direção, freios, estrutura e carenagem e eletroeletrônica. O processo começou em janeiro deste ano com reuniões de planejamento e estratégia, passou pelo projeto e fabricação até setembro.
Modelo mais próximo da realidade
Há algum tempo o carro elétrico era quase uma fantasia, mas há cerca de três anos grandes montadoras passaram a ter o modelo em sua frota, como pontuou o professor do curso de Engenharia Mecânica da UFPR e coordenador do projeto Eco Octano, Christian Strobel. “Aos poucos essa realidade está começando a ganhar forma socialmente”, disse.
Para ele, a tecnologia desenvolvida na universidade traz à tona a capacidade que existe para gerir combustível. “Estamos formando futuros engenheiros que ingressarão no mercado de trabalho sabendo trabalhar com essa tecnologia. E não apenas com conhecimentos técnicos, mas com o aprendizado de trabalhar em equipe e de resolver problemas”, enfatizou.
Estudante de Engenharia Mecânica e gestor do projeto Eco Octano, Guilherme Henrique Picussa Micaloski afirmou que várias áreas e disciplinas da engenharia são trabalhadas durante o desenvolvimento dos protótipos. “Sempre vi nesses projetos a oportunidade de aprender na prática o que conheci na teoria, de uma maneira muito ampla. Essa experiência nos coloca na frente de outros profissionais no mercado de trabalho”, disse.
Saiba mais sobre a equipe Eco Octano e a participação em competições anteriores.
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via: http://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/tecnologia-e-sustentabilidade-no-lancamento-do-primeiro-veiculo-movido-a-energia-eletrica/